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Gastronomia no Uruguai

Comer também é um hábito.

Você sabia que em alguns países é comum comer apenas um carboidrato por refeição? Não precisamos ir muito longe. Os pratos dos nossos vizinhos da Argentina e do Uruguai são bastante comedidos em comparação ao que comemos no Brasil.

Nestes países, a culinária é bem parecida e o prato tradicional é composto por uma porção de carne e um acompanhamento, que pode ser: ou uma salada, ou uma batata ao forno, ou batata frita, ou purê.

Quando morei no Uruguai, demorei para me acostumar. Eu sempre pedia uma porção extra de arroz. Me fazia falta!! Após dois anos morando lá meu paladar já havia mudado e já achava normal comer apenas um acompanhamento.

Comecei a reparar que as pessoas eram mais esbeltas também, e bastante preocupadas em ter uma alimentação saudável. Nossos hermanos não costumam colocar sal na comida e, no Uruguai, o saleiro foi proibido de estar disposto nas mesas. Se você quer sal, você deve pedir ao garçom.

Podemos também substituir o sal por outros temperos, mas lá não haviam tantas opções de temperos disponíveis nos restaurantes (a pimenta é um ótimo exemplo).

Claro que a culinária de cada país tem seus pontos fortes e pontos fracos. Uruguai, por exemplo, tem o maior índice de colesterol do mundo, devido à grande quantidade de produtos derivados de animais consumidos pela população: carne, doce de leite, manteiga e gordura de vaca (que vai em quase todas as receitas de pães, doces e bolos).

Provei muitas coisas novas. De muitas coisas eu gostei, outras não. Como boa brasileira que sou, na minha casa sempre tinha feijão, que eu fazia e congelava em potinhos, para comer quando estava em casa.

Alguns hábitos eu trouxe comigo, quando voltei ao Brasil. Por exemplo comer comedidamente, escolhendo o que eu coloco no meu prato, além de por menos sal na minha refeição. Em contrapartida, também deixei de comer tanta carne e doces com leite e gordura.

É interessante pensar como a tradição culinária de um país pode influenciar a saúde de toda uma população. Os indivíduos criam hábitos alimentares durante a sua vida de acordo com o que lhe é oferecido à mesa, desde pequenos. Nós montamos o mesmo prato desde que somos crianças. E é necessário um esforço pessoal para romper com alguns hábitos que são nocivos à nossa saúde e optar por opções diferentes das quais estamos acostumados.

Hoje, eu não dispenso a minha dupla preferida de arroz e feijão, mas tenho mais consciência no papel da alimentação na minha vida.

Estou sempre buscando novas combinações e sabores. Afinal, comer bem, como tudo na vida, é um hábito, que se adquire quando você realmente está disposto a levar uma vida mais saudável. E diferente de outros países ou de outras épocas, temos inúmeras opções deliciosas – e acessíveis – para viver mais dispostos e com saúde.

Adriana Molha é empresária, formada em Marketing e Administração. Morou no Uruguai por dois anos e hoje tem duas empresas especializadas em levar brasileiros para o Uruguai e para a Argentina. Fã de culinária, experimentou muitas delícias nos países que visitou e hoje adora comidinhas que dão energia para enfrentar o dia-a- dia.

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